O Parto da Viola foi um dos quadros que lhe valeu a celebridade. Observamos nesta tela uma grande intensidade cromática e inúmeros objectos sobrepostos que sugerem a iconografia tradicional (potes e bilhas de barro, uma figura feminina - boneca popular) mas, simultaneamente, letras soltas e figuras geométricas. O objecto central da obra não é uma viola como sugere o título, mas sim um violino, representando numa metade, a sugerir um perfil. É uma obra muito rica pela heterogeneidade dos elementos que a compõe, pela sobreposição e geometrização, assim como pelos jogos de luz e cor, sendo um exemplo do Modernismo em Portugal. - in Interacções, Português 12º ano.
"Maternidade" - Almada Negreiros
A maternidade é uma "cena de género " em que é representada uma mãe que segura e acaricia um recém-nascido que responde com carinho.
Este quadro é uma representação bastante simples e natural, usando apenas três cores ( as cores primarias ). A mãe é representada com uma certa robustez , isso é demonstrado com os contornos da roupa, a posição das mãos e dos pés sugerem uma viragem de Almada Negreiros para o
neo-realismo. Esta obra evoca a relação mãe-filho , onde estes se acariciam mutuamente. Esta temática permite efectuar um paralelo com o regime do Estado Novo .
O "ideário" fascista defende a mulher em casa, a mulher que tem o papel de ser mãe como preponderante. Digamos que esta obra sensibiliza esse gosto e desejo pela maternidade . Almada Negreiros com esta representação visa criar um clima intimista, simples e natural, fazendo uma espécie de metáfora do que é a relação Mãe-filho.
Esta obra enquadra-se na corrente artística do modernismo, apesar de alguns elementos desta obra, como a posição ofertante das mãos e a posição dos pés, iniciarem um processo de viragem para o neo-realismo.
Santa Rita Pintor
"A Mulher no Espelho" - Pablo Picasso
A ideia de que na Semiótica ela é um signo e que o signo
é alguma coisa que representa outra coisa, é favoravelmente representada na
obra de Pablo Picasso “A Mulher no
Espelho”, é também representada geometricamente, no estilo cubista. Percebe-se a bipolaridade da
personagem, principalmente a sensação de confusão. Tanto dentro como fora do
espelho, a personagem é representada tendo duas caras uma feliz e a outra
séria.
A mulher do espelho
tem a aparência triste e deprimente, escondendo essa tristeza num manto azul.
Esse reflexo apresenta o verdadeiro sentimento e estado físico da mulher.
Ela parece ter
vergonha de quem é, ou de esconder quem é, ou esconder sua santidade.
A ideia principal
da obra é a revelação do espelho para quem se observa, ou seja, o espelho diz a
verdade e mostra a realidade.
Os braços parecem
estar juntos com o espelho ou fazendo parte dele. Ambos os corpos estão
deformados, muito diferente do rosto que apesar das formas geométricas tem
certa perfeição ao representar a face.
Por ser uma obra
que tem permanência, ela é um signo, pelo fato de estar olhando para o espelho
isto faz a obra ser simbólica.
O espelho mostra o
que ela não pode ver olhando a si mesma sem seu reflexo, portanto, a ausência
se torna presente ou vice-versa.
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