William Carr Beresford (Irlandax, 1768 — 8 de
Janeiro de 1854) foi um militar britânico, marechal (1809) e depois
marechal-general (1816) do exército português.
Foi
comandante em chefe durante toda a Guerra Peninsular, de março de 1809 à
revolução liberal de 1820, gozando de poderes de governação dada a ausência da
Corte portuguesa, refugiada no Brasil (1808-1821).
Na peça Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro, Beresford demonstra ser
poderoso, mercenário, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico; a sua
opinião sobre Portugal fica claramente expressa na afirmação «Neste país de intrigas e de traições, só se entendem uns com os
outros para destruir um inimigo comum e eu posso transformar-me nesse inimigo
comum, se não tiver cuidado.».
O marechal Beresford teme ser substituído pelo General Gomes Freire de Andrade e perder privilégios, quer ao nível dos poderes que exerce, quer do elevado salário que aufere pelos seus serviços de comandante do exército português. Por isso, realça a gravidade do momento, impelindo os outros à ação: «Não percam tempo, Senhores. O momento é grave e a causa é justa. Vão.».
Beresford revela-se ainda um homem de ação, de carácter autoritário, intolerante e pragmático («Quero saber, «Comprem [...], vendam [...], mas tragam-nos os nomes dos chefes»); não só assume, sem qualquer remorso ou inquietação moral, a conveniência de «crucificar alguém» (com ou sem provas concretas) como o faz com uma frieza sarcástica e calculista («Já que temos ocasião de crucificar alguém, que escolhamos a quem valha a pena crucificar…»), chamando a atenção para a importância do perfil da personalidade a escolher («Pensou em alguém, Excelência?» ).
Na peça Felizmente Há Luar!, faz-se um retrato implacável do poder autocrático, o qual, no contexto sociopolítico em que a peça é escrita, de imediato evoca a ditadura salazarista, de igual modo alicerçada na mediocridade e perseguindo arbitrariamente as personalidades que se evidenciavam pela inteligência, competência e coerência moral.
A personagem Beresford representa, de forma exemplar, esse poder autocrático, chamando a si a arbitrariedade e o cinismo com que os ditadores exercem o poder, orientando a procura do nome do chefe da conjura, não com base em factos incriminatórios, mas segundo o que lhes convenha a eles, aos governantes, para se manterem no poder. Juntamente com o marechal, D. Miguel completa este retrato do poder ditatorial, evidenciando o medo que a personagem tem do confronto democrático («estaria politicamente liquidado se tivesse de discutir as minhas ordens») e do possível aparecimento de líderes populares, pela ameaça que constituiriam ao seu poder. É assim que o general Gomes Freire de Andrade é escolhido para ser acusado de chefe da conjura, apesar de não haver, como explicita Corvo, qualquer prova contra ele.
Ao considerar Gomes Freire como «inimigo natural» da Regência do país, Beresford deixa entender que esta só pode subsistir rodeada de mediocridade, isto é, as pessoas com qualidades morais, intelectuais e sociais constituem uma ameaça para o governo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Carr_Beresford
O marechal Beresford teme ser substituído pelo General Gomes Freire de Andrade e perder privilégios, quer ao nível dos poderes que exerce, quer do elevado salário que aufere pelos seus serviços de comandante do exército português. Por isso, realça a gravidade do momento, impelindo os outros à ação: «Não percam tempo, Senhores. O momento é grave e a causa é justa. Vão.».
Beresford revela-se ainda um homem de ação, de carácter autoritário, intolerante e pragmático («Quero saber, «Comprem [...], vendam [...], mas tragam-nos os nomes dos chefes»); não só assume, sem qualquer remorso ou inquietação moral, a conveniência de «crucificar alguém» (com ou sem provas concretas) como o faz com uma frieza sarcástica e calculista («Já que temos ocasião de crucificar alguém, que escolhamos a quem valha a pena crucificar…»), chamando a atenção para a importância do perfil da personalidade a escolher («Pensou em alguém, Excelência?» ).
Na peça Felizmente Há Luar!, faz-se um retrato implacável do poder autocrático, o qual, no contexto sociopolítico em que a peça é escrita, de imediato evoca a ditadura salazarista, de igual modo alicerçada na mediocridade e perseguindo arbitrariamente as personalidades que se evidenciavam pela inteligência, competência e coerência moral.
A personagem Beresford representa, de forma exemplar, esse poder autocrático, chamando a si a arbitrariedade e o cinismo com que os ditadores exercem o poder, orientando a procura do nome do chefe da conjura, não com base em factos incriminatórios, mas segundo o que lhes convenha a eles, aos governantes, para se manterem no poder. Juntamente com o marechal, D. Miguel completa este retrato do poder ditatorial, evidenciando o medo que a personagem tem do confronto democrático («estaria politicamente liquidado se tivesse de discutir as minhas ordens») e do possível aparecimento de líderes populares, pela ameaça que constituiriam ao seu poder. É assim que o general Gomes Freire de Andrade é escolhido para ser acusado de chefe da conjura, apesar de não haver, como explicita Corvo, qualquer prova contra ele.
Ao considerar Gomes Freire como «inimigo natural» da Regência do país, Beresford deixa entender que esta só pode subsistir rodeada de mediocridade, isto é, as pessoas com qualidades morais, intelectuais e sociais constituem uma ameaça para o governo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Carr_Beresford
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