quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Gomes Freire de Andrade

    Embora nunca apareça em cena, Gomes Freire de Andrade - amado pelo povo e odiado pelos governadores - é a personagem central e constitui o elemento estruturador da acção:
   - origina a sequência de episódios da peça
    - é o símbolo da luta pela Liberdade e pela Justiça;
    - atrai a admiração e a esperança do povo miserável e oprimido;
    - atrai, por oposição, a desconfiança e o ódio dos governadores
    - a sua prisão, condenação e execução constituem o centro das conversas e condicionam o comportamento das restantes personagens.
     Apesar de estar fisicamente ausente (de facto, nunca surge em cena / palco), domina os pensamentos e as preocupações das restantes personagens, daí que o seu retrato seja traçado a partir do que elas nos dão a conhecer sobre ele.

O general Gomes Freire de Andrade é apresentado como:
   - um homem culto, educado e letrado (um estrangeirado");
   - o símbolo da luta pela liberdade e pela defesa dos ideais contrários à prática dos "reis do Rossio";
   - o símbolo da modernidade e do progresso, adepto das novas ideias liberais, por isso considerado pelos governantes subversivo e perigoso, daí que preencha todos os requisitos para ser o bode expiatório do ambiente de revolta;
   - símbolo da integridade e da recusa da subserviência, da capacidade de liderança e de coragem na defesa dos ideais em que crê
   - culpado (pelos detentores do poder) porque "... é lúcido, é inteligente, é idolatrado pelo povo, é um soldado brilhante, é grão-mestre da Maçonaria e é, senhores, um estrangeirado..." (p. 71);
   - um homem cuja morte remete para a manutenção de uma ideologia fossilizada, num país estagnado e assolado pelo medo, pela denúncia e pela suspeição (p. 63);


Um homem cuja morte é duplamente aviltante enquanto militar, pois é enforcado e depois queimado, quando a sentença adequada para ele na qualidade de elemento do exército seria o fuzilamento; por outro lado, a morte pretende ser uma lição para todos aqueles que ousarem afrontar o poder político.

Fonte: http://portugues-fcr.blogspot.pt/2011_03_04_archive.html

Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil em 1808

A Família Real no Brasil 
- Napoleão invade Portugal e força a vinda da corte portuguesa ao Brasil
- a Corte portuguesa chega ao Brasil em 1808 (instala-se no Rio de Janeiro)
- A Abertura dos Portos as nações amigas: Inglaterra
- Realizações de D.João: criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Teatro Real, Imprensa Régia, Escola Médica 

O processo de Independência do Brasil
- portugueses exigem a volta da família real
- D.Pedro fica no Brasil como príncipe regente
- Portugal quer recolonizar o Brasil
- Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) 

Independência do Brasil (1822) 
-com o apoio da elite, D.Pedro declara o Brasil independente ( 7 DE SETEMBRO DE 1822)
- Poucas mudanças após a Independência: permanece a escravidão / monarquia / povo não participou
- apoio da Inglaterra 

A Constituição da Mandioca (1824)
- voto censitário (por rendas)
- poder Moderador do Imperador (absolutista) 

Conflitos no Império

- Confederação do Equador (movimento separatista em PE)
- derrota na Guerra da Cisplatina (Brasil perde a região do atual Uruguai)
- ataques da imprensa ao imperador D. Pedro I
- descontentamento do povo
- abdicação de D.Pedro I em 1831     


Fonte: http://www.sohistoria.com.br/resumos/familiaportuguesa.php

Conspiração de Lisboa (1817)

Libertado Portugal da ocupação das tropas francesas, e após a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte (1815), formou-se em Lisboa o "Supremo Conselho Regenerador de Portugal e do Algarve", integrado por oficiais do Exército e Maçons, com o objectivo de expulsar os britânicos do controlo militar de Portugal, promovendo a "salvação da independência" da pátria.

   Este movimento, liderado pelo General Gomes Freire de Andrade, durante o seu breve período de existência, esforçou-se no planeamento da introdução do liberalismo em Portugal, embora não tenha conseguido atingir os seus propósitos finais.

   Denunciado em Maio de 1817, a sua repressão conduziu à prisão de muitos suspeitos, entre os quais o general Gomes Freire de Andrade, Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (1815-1817), acusado de líder da conspiração contra a monarquia de João VI de Portugal, em Portugal continental representada pela Regência, então sob o governo militar britânico de William Carr Beresford.


   - Em outubro de 1817, o tribunal considerou culpados de traição à pátria e sentenciou à morte, por enforcamento, doze acusados. As execuções de José Ribeiro Pinto, do major José da Fonseca Neves, de Maximiano Dias Ribeiro (todos maçons), e de José Joaquim Pinto da Silva, do major José Campello de Miranda, do coronel Manuel Monteiro de Carvalho, de Henrique José Garcia de Moraes, de Antônio Cabral Calheiros Furtado de Lemos, de Manuel Inácio de Figueiredo e Pedro Ricardo de Figueiró (possivelmente maçons), tiveram lugar no dia 18, no Campo de Santana (hoje Campo dos Mártires da Pátria). O general Gomes Freire de Andrade, foi executado na mesma data, no Forte de São Julião da Barra.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_liberal_do_Porto

Biografia de Sttau Monteiro

   Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu no dia 03/04/1926 em Lisboa e faleceu no dia 23/07/1993 na mesma cidade.
   
   Partiu para Londres com dez anos de idade, acompanhando o pai que exercia as funções de embaixador de Portugal. Regressa a Portugal em 1943, no momento em que o pai é demitido do cargo por Salazar.
   
   Licenciou-se em Direito em Lisboa, exercendo a advocacia por pouco tempo. Parte novamente para Londres, tornando-se condutor de Fórmula 2.
   
   Regressa a Portugal e colabora em várias publicações, destacando-se a revista Almanaque e o suplemento "A Mosca" do Diário de Lisboa, e cria a secção Guidinha no mesmo jornal.
   
   Em 1961, publicou a peça de teatro Felizmente Há Luar, distinguida com o Grande Prémio de Teatro, tendo sido proibida pela censura a sua representação. Só viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional.
  
   Foram vendidos 160 mil exemplares da peça, resultando num êxito estrondoso. Foi preso em 1967 pela Pide após a publicação das peças de teatro A Guerra Santa e A Estátua, sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial.
  
    Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós A Relíquia, representada no Teatro Maria Matos.

  
    Escreveu o romance inédito Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão, adaptada como novela televisiva em 1982 com o título Chuva na Areia.Obras – Ficção: Um Homem não Chora (romance, 1960), Angústia para o Jantar (romance, 1961), E se for Rapariga Chama-se Custódia (novela, 1966). Teatro: Felizmente Há Luar (1961), Todos os Anos, pela Primavera (1963), Auto da Barca do Motor fora da Borda (1966), A Guerra Santa (1967), A Estátua (1967), As Mãos de Abraão Zacut (1968).

Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/mobile/correntes/sttau.htm

O Teatro Épico

   Foi Bertolt Brecht o teorizador do teatro épico. As suas peças revelam a doutrina do teatro épico, que procura representar o mundo e o homem como realidade em constante devir.
   Trata-se de um teatro "moderno", que se opõe ao teatro aristotélico (de forma dramática), criando, então, o termo épico, sinónimo de narrativo (narra acontecimentos que envolvem o espectador).
Brecht elaborou uma tabela que representa as características de um teatro épico por contraste com um teatro de forma dramática.
   Sintetizámos a tabela nos seus aspectos mais relevantes:
   Um dos elementos mais marcantes do teatro épico é o chamado efeito de distanciação.           
   Tal efeito está ligado à técnica que confere aos acontecimentos representados um "cunho de sensacionalidade", deixando estes de ser evidentes e naturais. O objectivo desta técnica de distanciamento é proporcionar ao espectador uma análise e uma crítica dentro de uma perspectiva social.
   O teatro épico tem incontestavelmente uma função social, que conduz o espectador a uma apreciação crítica não apenas do que está a ser representado mas também da sociedade em que se insere. O distanciamento causa uma espécie de "efeito de alienação", desviando, assim, o público do caso narrado.       Logo, uma vez não identificado com o mundo cénico, vê de fora a sua própria situação social reflectida no palco.
   Através desta técnica, estuda-se o comportamento humano em determinadas situações, levando o público a tomar consciência de que tudo pode e deve ser modificado, exigindo dele a tomada de decisões.

Fonte: http://storamjoao.blogspot.pt/2008/11/o-teatro-pico.html

Texto Dramático

É constituído por:
Texto principal composto pelas falas dos actores que é ouvido pelos espectadores;
Texto secundário (ou didascálico) que se destina ao leitor, ao encenador da peça ou aos actores.

            É composto:
      * pela listagem inicial das personagens;
      * pela indicação do nome das personagens no início de cada fala;
      *pelas informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em actos, cenas ou quadros);
      * pelas indicações sobre o cenário e guarda roupa das personagens;
      *pelas indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que   devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras.

             Acção – é marcada pela actuação das personagens que nos dão conta de acontecimentos vividos.
      *Estrutura externa – o teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em actos, correspondentes à mutação de cenários, e em cenas e quadros, equivalentes à mudança de personagens em cena.
O teatro moderno, narrativo ou épico, põe completamente de parte as normas tradicionais da estrutura externa.
      *Estrutura interna:
Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção.
Conflito – conjunto de peripécias que fazem a acção progredir.
Desenlace – desfecho da acção dramática.

           Classificação das Personagens
      *Quanto à sua concepção:
Planas ou personagens-tipo – sem densidade psicológica uma vez que não alteram o seu comportamento ao longo da acção. Representam um grupo social, profissional ou psicológico);
Modeladas ou Redondas – com densidade psicológica, que evoluem ao longo da acção e, por isso mesmo, podem surpreender o espectador pelas suas atitudes.
      *Quanto ao relevo ou papel na obra:
      -protagonista ou personagem principal Individuais
      -personagens secundárias
      -figurantes ou colectivas
     
-   Tipos de caracterização:
 *Directa – a partir dos elementos presentes nas didascálias, da descrição de aspectos físicos e psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras da personagem a propósito de si própria.
 *Indirecta – a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o espectador a tirar as suas próprias conclusões sobre as características das personagens.

          Espaço
 *Espaço cénico é caracterizado nas didascálias onde surgem indicações sobre pormenores do cenário, efeitos de luz e som. Coexistem normalmente dois tipos de espaço:
 *Espaço representado – constituído pelos cenários onde se desenrola a acção e que equivalem ao espaço físico que se pretende recriar em palco.
 *Espaço aludido – corresponde às referências a outros espaços que não o representado.

        Tempo
 *Tempo da representação – duração do conflito em palco;
 *Tempo da acção ou da história – o(s) ano(s) ou a época em que se desenrola o conflito dramático;
 *Tempo da escrita ou da produção da obra – altura em que o autor concebeu a peça.

        Discurso dramático ou teatral
 *Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expõe perante o público os seus pensamentos e/ou sentimentos;
 *Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;
 *Apartes – comentários de uma personagem que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
 *Além deste tipo de discurso, o tecto dramático pressupõe o recurso à linguagem gestual, à sonoplastia e à luminotécnica.

         Intenção do autor - pode ser:
 *Moralizadora;
 *Lúdica ou de evasão;
 *Crítica em relação à sociedade do seu tempo;
 *Didáctica.

        Formas do género dramático:
 *Tragédia
 *Comédia
 *Drama
 *Teatro Épico.
          
        Outra característica Importante:
 *Ausência de narrador