quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Realismo

O que é o realismo?

O Realismo é uma teoria filosófica que declara que o sujeito no acto de conhecer, capta o objecto que lhe é exterior e independente. Assim para o Realismo o objecto do conhecimento não faz parte do sujeito e pode ser conhecido na sua realidade e independência.


Tipos de Realismo

Existem dois tipos de realismo:

O Realismo Ingénuo corresponde à atitude natural do espírito humano que é a de aceitar como existente aquilo que o rodeia e de acreditar que conhece tal como é.

O Realismo Critico é já uma posição filosófica que pressupõe a dúvida em relação ao que conhecemos e admite a possibilidade de a realidade não ser tal e qual como nos aparece em virtude de elementos do sujeito que interferem no conhecimento.

Pintura Realismo 



Vladimir Kush



Os Maias - Eça de Queirós


Críticas à Sociedade Actual

1. Actualmente um homem só é reconhecido se for famoso ou se tiver muito dinheiro. Conceitos errados. De tão usual que tornou-se tal pensamento na sociedade, muitos pensam que é correto.

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Caricaturas


Rafael Bordalo Pinheiro

Rafael Bordalo Pinheiro

Personagens Importantes da Actualidade:

Barack Obama (Presidente dos EUA)

Dr. House (Série de Televisão)

Mr.Bean (Actor Cómico)

Vencidos da Vida

Vencidos da Vida

Designação com que Oliveira Martins baptizou, em 1888, o "grupo jantante", de onze intelectuais portugueses, que se encontrava ora no Café Tavares ora no Hotel Bragança, e que congregava, para fins de mero convívio e diversão, os membros mais destacados da chamada Geração de 70, entre os quais o próprio Oliveira Martins (autor da denominação Vencidos da Vida), Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, António Cândido, o Marquês de Soveral, o conde de Ficalho e, a partir de 1889, Eça de Queirós. Para além destes, e para completar o grupo dos onze também participaram Carlos Mayer, Carlos Lobo d'Ávila, Bernardo de Pindela e o conde de Sabugosa.
Vários destes intelectuais estiveram associados a iniciativas de renovação da vida social e cultural portuguesa de então, como as Conferências do Casino. Como um grupo, ficaram conhecidos (embora não com inteira justiça) pelo seu diletantismo, por um certo mundanismo desencantado. Estes não eram, contudo, sinais de falta de profundidade intelectual, como comprovam as abundantes realizações dos seus membros na política, na diplomacia, na historiografia e na literatura.
Respondendo aos comentários dos muitos que desconfiavam da existência de intenções políticas ocultas por detrás destes encontros, nomeadamente a uma crónica de Pinheiro Chagas no Correio da Manhã, em que este ironizava sobre o facto de todos aqueles vultos eminentes da sociedade portuguesa se autoproclamarem vencidos, Eça escreveu: "Mas que o querido órgão [Correio da Manhã], nosso colega, reflita que, para um homem, o ser vencido e derrotado na vida depende, não da realidade aparente a que chegou, mas do ideal íntimo a que aspirava". O autor de Os Maias dava, assim, voz ao sentimento de desencanto ou frustração de uma geração que almejara a reforma sociocultural profunda do país e que, como Eça dizia desde 1878, parecia ter "falhado". Com a morte e o afastamento progressivo dos seus membros, o grupo dos "Vencidos da Vida" dissolveu-se por volta de 1894.

CONFERÊNCIAS DO CASINO LISBONENSE

AS CONFERÊNCIAS DO CASINO

Foram organizadas por Antero, Eça, Teófilo de Braga e outros. Antero fez a apresentação das conferências, indicando o vasto campo que elas focariam: Filosofia, arte, literatura, política, religião, etc., isto é, tudo o que pudesse interessar ao homem português de então.

A primeira conferência, sob o título Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos últimos três Séculos, foi pronunciada por Antero, o qual, em atitude demolidora, atribui a alegada decadência ao colonialismo, à acção da Igreja Católica saída do Concílio de Trento e ao abso­lutismo régio. Mais conferências se realizaram e Eça de Queirós, numa delas, focou o tema O Realismo Como Nova Expressão de Arte, onde traça as normas do romance realista. "O Realismo é a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático, e do piegas. É a abolição da retórica considerada como arte de promover a comoção usando da inchação do período, da epilepsia da palavra, da congestão dos tropos. É a análise com o fito na verdade absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reacção contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houver de mau na nossa sociedade".

Como se vê, o Realismo foi uma reacção clara contra o Romantismo.

GERAÇÃO DE 70












A GERAÇÃO DE 70
Deu-se este nome a um conjunto de intelectuais, escritores, que se afirmaram entre 1861 e 1871, impondo em Portugal um novo caudal de ideias e novos modelos literários vindo da Europa, que revestiram então em Portugal aspectos de uma verdadeira revolução artística e cultural.

Da Geração de 70 fazem parte Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Batalha Reis, etc. Foram alguns destes homens que tomaram parte na Questão Coimbrã e organizaram as Conferências do Casino.

Questão Coimbrã

A grande polémica literária do séc. XIX foi, sem dúvida, a chamada “Questão Coimbrã”. No despoletar da polémica, surgem dois nomes ideológica e literariamente opostos: Antero de Quental e António Feliciano de Castilho.

Tudo começou em 1865, quando o grande símbolo do Ultra-Romantismo português, António Feliciano de Castilho faz uma referência pouco elogiosa à nova literatura portuguesa (representada, entre outros, por Antero de Quental), no posfácio a um livro de Pinheiro Chagas.

Antero de Quental responde à provocação numa famosa carta aberta – “Bom Senso e Bom Gosto” – onde utiliza um sarcasmo violento, que acaba por desencadear a escalada de folhetins e artigos que se iriam trocar entre as duas facções. Na altura, saíram para a rua mais de meia centena de peças literárias a debater a questão.

A batalha literária chegou mesmo a “vias de facto”, com Antero de Quental e Ramalho Ortigão (defensor de Castilho) a chegar mesmo a bater-se em duelo, por uma referência ofensiva feita pelo primeiro à cegueira de Castilho.

A polémica envolveu outras figuras marcantes, como Camilo Castelo Branco, Teófilo Braga, Pinheiro Chagas, Luciano Cordeiro, Brito Aranha e Teixeira de Vasconcelos, para além dos já referidos, e marcou o grande movimento de regeneração da cultura e da literatura portuguesas, abrindo portas, nomeadamente, às Conferências do Casino e ao realismo literário.

Eca de Queirós - Biografia e Bibliografia



Eça de Queirós (1845-1900) nasceu no dia 25 de Novembro, na cidade de Póvoa de Varzim, Portugal. Filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e da portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça. Passou toda sua infância afastado do lar paterno, era interno no Colégio da cidade do Porto. Ingressou em 1861 na Universidade de Coimbra, onde em 1866 se formou em Direito. Manteve ligação com Antero de Quental e Teófilo de Braga, a chamada "Escola Coimbrã".
Exerceu a advocacia e o jornalismo em Lisboa. Em 1867 dirigiu na cidade de Évora, o jornal de oposição O Distrito de Évora. Voltou para Lisboa e revelou-se como escritor no folhetim da Gazeta de Portugal. Em 1869, assistiu a inauguração do canal de Suez, no Egipto. Em 1870, com a colaboração do escritor Ramalho Ortigão, escreveu o romance policial "O Mistério da Estrada de Sintra", e em 1871 "As Farpas", sátiras à vida social, publicadas em fascículos.
Eça de Queirós profere em conferência o tema "O Realismo Como Nova Expressão de Arte", no Casino de Lisboa, em 1871. Em 1873 ingressa na carreira política e em 1872 é nomeado cônsul em Havana, e em 1874 é nomeado cônsul na Inglaterra.
O romance "O Crime do Padre Amaro", publicado em 1875, foi o marco inicial do Realismo em Portugal. Nele, Eça faz uma crítica violenta da vida social portuguesa, denuncia a corrupção do clero e da hipocrisia dos valores burgueses. A crítica social unida à análise psicológica aparece também no romance "O Primo Basílio", publicado em 1878, em "Mandarim", 1880, e em "Relíquia", 1887.
Em 1885 visita em Paris, o escritor francês Émile Zola. Casa-se com Emília de Castro Pamplona Resende, em 1886. O casal teve dois filhos, Maria e José Maria. Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris, ano que publica "Os Maias". Nesse romance observa-se uma mudança na atitude irreverente de Eça de Queirós Segundo o crítico João Gaspar Simões, o autor "deixa transparecer os mistérios do destino e as inquietações do sentimento, as apreensões da consciência e os desequilíbrios da sensualidade"
Surge então uma nova fase literária, em que Eça deixa transparecer uma descrença no progresso. Manifesta a valorização das virtudes nacionais e a saudade da vida no campo. É o momento dos romances "A Ilustre Casa de Ramires" e "A Cidade e as Serras", e o conto "Suave Milagre" e as biografias religiosas.
José Maria Eça de Queirós morreu em Paris, no dia 16 de Agosto de 1900.

Obras de Eça de Queiroz

O Mistério da Estrada de Sintra, 1870
O Crime do Padre Amaro, 1875
A Tragédia da Rua das Flores, 1877-78
O Primo Basílio, 1878
O Mandarim, 1880
As Minas do Rei Salomão, 1885, tradução
A Relíquia, 1887
Os Maias, 1888
Uma Campanha Alegre, 1891
O Tesouro, 1893
Adão e Eva no Paraíso, 1897
Suave Milagre, 1898
Correspondência de Fradique Mendes, 1900
A Ilustre Casa de Ramires, 1900
A Cidade e as Serras, 1901, póstuma
Contos, 1902, póstuma
Prosas Bárbaras, 1903, póstuma
Cartas da Inglaterra, 1905, póstuma
Ecos de Paris, 1905, póstuma
Cartas Familiares e Bilhetes de Paris, 1907, póstuma
Notas Contemporâneas, 1909, póstuma
Últimas Páginas, 1912, póstuma
A Capital, 1925, póstuma
O Conde de Abranhos, 1955, póstuma
Alves & Companhia, 1925, póstuma
O Eggipto, 1926, póstuma