quarta-feira, 2 de abril de 2014

Parnasianismo

Como muitos dos movimentos culturais, o Parnasianismo teve sua inspiração na França, de uma antologia poética intitulada O Parnaso contemporâneo, publicada em 1866. Parnaso era o nome de um monte, na Grécia, consagrado a Apolo (Deus da luz e das artes) e às musas (entidades mitológicas ligadas às artes).  
No Brasil, em 1878, em jornais cariocas, um ataque à poesia do Romantismo gerou uma polémica em versos que ficou conhecida como a Batalha do Parnaso. Entretanto, considera-se como marco inicial do Parnasianismo no país o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em 1882. O Parnasianismo prolongou-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922. 
O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários contemporâneos: Realismo e Naturalismo na prosa, e Parnasianismo na poesia. Enquanto a prosa realista representou uma reacção contra a literatura sentimental dos românticos, a poesia parnasiana pregou a rejeição do “excesso de lágrimas” e da linguagem coloquial e declamatória do Romantismo, valorizando o cuidado formal e a expressão mais contida dos sentimentos, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto), racionalista e temática voltada para assuntos universais. 

Características:
- Formas poéticas tradicionais: com esquema métrico rígido, rima, soneto. 
- Purismo e preciosismo vocabular, com predomínios de termos eruditos, raros, visando à máxima precisão, e de construções sintáticas refinadas. Escolha de palavras no dicionário para escrever o poema com palavras difíceis. 
- Tendência descritivista,buscando o máximo de objetividade na elaboração do poema, assim separando o sujeito criador do objeto criado.
- Postura antirromântica, baseada no binômio objetividade temática/culto da forma.
- Destaque ao erotismo e à sensualidade feminina. 
- Referências à mitologia greco-latina. 
- O esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”. O tema não é importante, o que importa é o jeito de escrever, a forma.
- A visão da obra como resultado do trabalho, do esforço do artista, que se coloca como um ourives que talha e lapida a joia. 
- Transpiração no lugar da inspiração romântica. O escritor precisa trabalhar muito, “suar a camisa”, para fazer uma boa obra. O poeta é comparado a um ourives.  


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